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Infelizmente não é um ano de isenção. A situação coloca cada indivíduo de um lado e a determinante dessa escolha é a vida que cada um construiu.

Pra quem vive nas metrópoles, está em solo de guerra, uma guerra fria civil, as redes sociais vazam os ânimos mais exaltados daqueles de nós que teme “o sistema”. Mais que isso, a moral e a ética se materializam em uma densidade quase que palpável, uma membrana resistente que tem segurado a situação mas, ela não vai resistir pra sempre… já há vazamentos. Há aqueles que se cansaram das redes e foram para as ruas.

É um conflito estranho pois se traveste de ideologia política mas vêm expondo feridas sociais antigas, que muita gente não quer ver pois o “fenômeno social” vigente anestesia a maior parte das chagas humanas. Aliás, penso que este modelo foi friamente calculado no intuito de atender essa necessidade anestésica. Ignorar a condição humana é necessário para poder se viver em paz nesse modelo em que vivemos. Mas as coisas não tem de ser assim…

As represas que matam nossa sede estão secas, já não chove a muito tempo e a temperatura aumenta. Nesse ponto a imagem se espelha e revela um negativo onde a temperatura aumenta e a represa dos ânimos sociais transborda e as barreiras vacilam.

A contagem regressiva se dá pela queda dos corpos, tiquetaqueando a chegada de tempos difíceis. Para alguns corpos que caem há o clamor, para outros o lamento. Essa cisão, já evidencia o fato da guerra…

Se a panela tá apitando
Se as coisas tão esquentando
Se os trovões tão batucando
E os raios tão caindo perto

Se a panela tá apitando
Aqueles tempos tão chegando
As crises se proliferando
como a sede, no deserto

REAÇÃO

Faz tempo que o recado já foi dado
mas nêgo não tá ligado que o barraco tá zoado demais

Todos tão de HD cheio, Todos muito ocupados
Gastando, de bobeira, espaço além do necessário

Temperatura vai subindo
Aumenta a pressão
Qual sentimento seu peito carrega?
Qual sentimento dita as regras no seu coração?

BNegão

A guerra não é só daqueles que estão nas ruas, é um princípio de guerra civil e , invariavelmente, todos estamos envolvidos.

Na sincronia:

uma morte cerebral… os xamãs diriam que é um sinal.

Três leituras de iching, nada de adivinhação, só a intuição de um conselho, uma palavra pra revolver o subconsciente e fazer flotar uma clareza de espírito. Três leituras para três pessoas diferentes e dá-lhe lá:

Imagem 47 – K,un/ Opressão (A Exaustão),  e dentre as passagens que me tocaram mais:

Quando há um vazamento e a água flui embaixo, o lago acaba por secar, esgotando-se. Isto é uma fatalidade. Simboliza também um destino adverso na vida humana. Em tais épocas, não há nada que se possa fazer a não ser aceitar seu destino e permanecer fiel a si mesmo. Isso se refere aos níveis mais profundos de nosso próprio ser,onde somente se pode superar toda e qualquer fatalidade externa.

Mas o mesmo texto dá o tom da mudança e de suas condicionantes.

E, na meditação do Bhagavad Gita (capítulo II) se fez surgir:

11.Enquanto falas palavras sábias, estás lamentando aquilo com que não precisas te afligir. Os sábios não lamentam nem os vivos nem os mortos.

12. Nunca houve um tempo que Eu não existisse, nem tu, nem todos esses reis; e no futuro nenhum de nós deixará de existir.

13. Assim como, neste corpo, a alma corporificada seguidamente passa da infância à juventude e à velhice, do mesmo modo, chegando a morte, a alma passa para outro corpo. Uma pessoa ponderada não fica confusa com essa mudança.

14. Ó Filho de Kunti, o aparecimento transitório de felicidade e aflição, e seu desaparecimento no devido tempo, são como o aparecimento e o desaparecimento das estações de inverno e verão. Surgem da percepção sensorial, ó descendente de Bharata, e é preciso aprender a tolerá-los sem perturbar-se.

15. Ó melhor entre os homens (Arjuna), quem não se deixa perturbar pela felicidade ou aflição e que permanece estável em ambas as circunstâncias decerto está qualificado para alcançar a liberação.

Não que este texto, em sua literalidade, pretenda ser a solução. é só a luz guia, para um pensamento mais leve.

E cá estamos nós, milhares de anos da história humana, nos enroscos da convivência, como macacos assustados numa jaula flamejante. Há quem creia que algo/alguém olha por nós, há quem creia que isso é o que somos. Há quem diga um ou outro mas crê no oposto.

Enquanto isso, 35º no hemisfério sul, -40º no hemisfério norte, chuvas incessantes e secas incessantes, nevascas incessantes.

A supervalorização do critério científico [c]egou o homem para uma inversão de polos muito mais significativa e infinitamente mais potencial para a destruição/redenção humana.

Vamos beber todos juntos.

Sobre Léo Nascimento

um caminhante

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